Escolher um bom plano de saúde para oferecer aos colaboradores de uma empresa é um passo estratégico. É difícil encontrar uma pesquisa de satisfação de funcionários na qual esse não seja citado como fator determinante para a felicidade deles.
Mas não se trata de uma decisão tão simples. Muitas vezes, o fator levado em consideração para essa tomada de decisão é o preço. Nem sempre, claro, isso se traduz em qualidade, por mais que os motivos dos patrões, algumas vezes, sejam compreensíveis.
Afinal de contas, já foi provado que investimentos em planos de saúde podem representar até 20% dos gastos de uma empresa na folha de pagamentos. É um valor expressivo e alto.
Segundo pesquisa recente feita pela Aon, uma das líderes globais em consultoria de serviços profissionais com soluções em riscos, benefícios e saúde, plano de saúde é o benefício mais oferecido por empresas mundiais. Os números foram externados em uma pesquisa publicada pela EXAME.com.
Alguns números sobre planos de saúde
A pesquisa encomendada pela “Exame”, em junho de 2017, teve a participação de 536 empresas, com um total de 2,1 milhões de funcionários ouvidos. A divisão da amostragem ficou:
- Brasil: 65,6%
- Estados Unidos: 12,9%
- França: 4,2%
- Alemanha: 2,8%
- Japão: 1,9%
- Outros países: 12,3%
No total, 99,8% dessas empresas oferecem assistência médica aos funcionários. Na sequência, aparecem seguro de vida (94%) a assistência odontológica (92,4%) nessa lista.
O vale-refeição, outra vantagem que as pessoas querem ter, está em terceiro, com 79,6%.
A pesquisa ainda diz que:
25%
das empresas reportaram que os custos com planos de saúde são de 10,1% a 20%
7%
das empresas disseram que isso pode passar dos 20% (!!!)
36%
das empresas afirmaram que ficaram na casa de 5% a 10%
32%
das empresas reportaram gastos abaixo de 5% com plano de saúde
Contrate um plano de saúde com segurança
Diante de um cenário tão custoso, mas que faz toda diferença para os colaboradores, é preciso encontrar alternativas. Para isso, que tal levar em conta essas circunstâncias:
- Considere o mapeamento de riscos e o perfil epidemiológico dos colaboradores
Você só vai acertar na escolha do plano de saúde se conseguir contratar um que realmente atenda às necessidades dos colaboradores. Portanto, estude e analise profundamente o mapeamento de riscos em saúde. Entenda quais são as doenças que mais afetam e as que mais afastam os colaboradores. Procure entender o que eles gostariam que o plano tivesse e, então, considere esses fatores na hora de fazer a escolha. - Defina o tipo ideal de contratação para o seu cliente
Como você já sabe, existem dois tipos de contratação de planos de saúde corporativos: 1) Empresariais: que atendem os colaboradores com vínculos empregatícios; 2) Coletivos por adesão: são planos de saúde contratados por pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, como conselhos, sindicatos e associações profissionais.
Você deve ajudar o seu cliente a escolher aquele que mais combina com a realidade financeira dele, já que planos empresariais são mais caros e planos coletivos costumam ser mais em conta. Além disso, você precisa avaliar junto ao cliente se a opção escolhida atende os colaboradores.
Qual cobertura do plano de saúde se encaixa ao cliente?
Segundo a Agência Nacional de Saúde, as segmentações assistenciais são essas:
- Ambulatorial
- Hospitalar sem obstetrícia
- Hospitalar com obstetrícia
- Exclusivamente odontológico
- Referência
- Ambulatorial + odontológico
- Ambulatorial + hospitalar sem obstetrícia
- Ambulatorial + hospitalar com obstetrícia
- Hospitalar com obstetrícia + odontológico
- Hospitalar sem obstetrícia + odontológico
- Ambulatorial + hospitalar sem obstetrícia + odontológico
- Ambulatorial + hospitalar com obstetrícia + odontológico
Para cada segmentação, há uma lista com cobertura obrigatória descrita no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde editado pela ANS. Os preços que as operadoras de saúde cobram variam de acordo com o tipo de assistência e de cobertura.
A ANS também faz, anualmente, uma avaliação dos planos de saúde. Para isso, colhe dados coletados em pesquisas de satisfação de beneficiários. As operadoras têm uma data limite para enviar esses dados.
Os resultados de 2018, baseados em informações coletadas de 2017, estão sendo processados e, até a publicação deste post, ainda não foram divulgados. Os do ano passado estão em um texto já publicado no nosso blog, que pode ser acessado aqui.
A ANS sempre divulga os resultados neste link.
Avalie o tipo de burocracia envolvido no uso dos serviços
Um plano de saúde precisa ser acessível. De nada adianta que ele tenha os melhores serviços se o colaborador não conseguir usufruir, não é mesmo? Portanto, fique de olho na burocracia – que, infelizmente, é enorme em muitos casos.
Avalie quais procedimentos precisam de liberação, quais dispensam essa liberação e veja qual o tempo necessário de espera em cada caso. Essa avaliação vai dar mais segurança para você e para o seu cliente.
O plano de saúde é um benefício essencial e importantíssimo para as corporações, mas lembre-se: é muito importante ter, também, ações de prevenção como aliadas. Esse, sim, é o cenário ideal para uma saúde ocupacional de qualidade. Afinal, elas diminuem sinistralidade e aumentam a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Na prática, um bom plano de saúde ajuda em…
A resposta até parece óbvia, não?
Mas que tal dar mais uma olhadinha naquilo que um bom plano de saúde pode proporcional ao colaborador e, consequentemente, às empresas?
- Aumenta a produtividade: com o funcionário feliz, se sentindo cuidado e saudável, ele trabalha mais e melhor
- Prevenção contra gastos: em uma emergência, o que é melhor: ter um bom plano de saúde ou bancar os custos de um atendimento?
- Diminuição do absenteísmo: é uma consequência da primeira. Quando o funcionário falta, o trabalho dele fica sem ser feito ou, então, alguém tem de ser deslocado para que seja. E, se tiver retrabalho, não é legal!
- Proteção aos funcionários: essa, nem precisa de explicação. Ter plano de saúde é essencial para as pessoas.
Palavra da especialista
De acordo com Rafaella Matioli, diretora técnica de Saúde e Benefícios da Aon Brasil, os gastos com planos de saúde aumentaram em uma curva muito fora da inflação no país.
“Nos últimos cinco anos, a inflação médica registrou um acumulado de 108%, contra 42% da inflação geral”, constatou, em entrevista para a pesquisa encomendada pela “Exame” e citada acima.
Matioli informou que o gasto médio por usuário bateu na casa de R$ 3,6 mil, em 2016. Novas tecnologias e – acredite! – desperdícios na utilização do plano de saúde contribuíram para esse valor.
Ou seja, fica claro que os dois lados têm de trabalhar para otimizar esse investimento. Por isso, é bom manter colaboradores bem informados, também, e submetê-los a campanhas de conscientização para o uso do plano de saúde dele.
Vigilância do governo
A ANS tenta controlar algumas ações relacionadas aos planos de saúde. Além da avaliação anual, também mencionada acima, toma algumas medidas, cujo acompanhamento pode ser útil e importante.
A agência informa, por exemplo, suspensão de planos de algumas operadoras. Divulga campanhas com foco nos direitos dos consumidores. Promove debates para melhorar o desempenho no setor. E, claro, faz pesquisas de satisfação.
Muito normalmente, é comum encontrar links para essas interações ou informações no site da ANS, cujo link, mais uma vez, é este.
Plano de saúde e gestão de saúde ocupacional
Ter uma gestão da área de saúde ocupacional da sua empresa participativa e atenta, claro, ajuda demais na administração aos planos de saúde.
(Recentemente, publicamos aqui no blog um texto mais longo mostrando por que é importante investir na gestão da saúde ocupacional. Clique aqui para conferi-lo.)
Ainda mais agora, com a implantação plena do eSocial, programa do governo federal que vai cruzar dados online e, assim, fiscalizar de muito, mas muito perto mesmo a sua empresa.
Vai ser muito importante estar atento a tudo o que ele englobará. Não haverá a obrigação de se contratar um plano de saúde com o eSocial, claro, mas tudo o que está ao redor disso ganhará evidência.
Se quiser saber mais sobre o eSocial, isso também foi tema de um post deste blog, bem abrangente, aqui.
Considerações finais
Bom, você viu, então, que:
- Plano de saúde é caro para as empresas, podendo bater na casa de 20% dos gastos de folha
- Colaboradores dão muita importância para plano de saúde como benefício
- As empresas têm uma taxa altíssima de disponibilização de plano de saúde como benefício
- Um bom plano de saúde aumenta a produtividade e traz economia
- É muito importante estar ao lado do cliente para ajudá-lo na missão de escolher um bom plano de saúde
- A ANS fiscaliza e analisa a qualidade dos planos de saúde, com relatórios públicos frequentes
- Uma boa gestão de saúde ocupacional ajuda demais a administrar essa questão nas empresas
O importante, mais uma vez, é que cada um faça a sua parte.
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